
Em votação secreta na tarde desta quarta-feira (12), o plenário do Senado absolveu o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da acusação de quebra de decoro parlamentar por usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.
Quarenta senadores votaram contra a destituição, 35 defenderam a destituição e 6 parlamentares não votaram.A especulação agora é se Renan se licenciará ou renunciará à presidência do Senado, uma vez que ainda responde a outros dois processos de quebra de decoro parlamentar que tramitam no Conselho de Ética da Casa. Além delas, o PSOL protocolou em 31 de agosto uma quarta denúncia contra o senador, que trata do suposto desvio de dinheiro público junto a ministérios administrados pelo PMDB.
O presidente do Senado saiu da sessão secreta que o absolveu sem dar entrevistas. "Vou para casa rezar", foi o único comentário ao deixar o Senado.
Renan seguiu a residência oficial, na Península dos Ministros, Lago Sul, em Brasília, e depois divulgou nota sobre a votação em que disse não guardar "mágoas ou ressentimentos" e pediu aos colegas uma reflexão sobre o processo político.Ao final da sessão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) fez um apelo para que Renan se licencie do cargo. "Este resultado mantém a crise. Infelizmente, teremos que retomar todos os procedimentos e isso é muito ruim para a imagem do Senado.
Em nome da boa prática, a licença de Renan seria adequada", afirmou.Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de Renan, disse que "foi feita justiça" na votação. "Acima de tudo, foi uma vitória do Senado Federal, que passou por maus momentos durante 120 dias. Saímos fortalecidos", completou.Para Tasso Jereissati, presidente do PSDB, o PT foi o culpado por este resultado. "Não tenho dúvidas de que foi o PT o responsável pelo placar.
Os senadores do PSDB cumpriram sua palavra, eu garanto." "A crise vai continuar sangrando o Senado. O plenário está totalmente dividido. Isso vai exigir muito de Renan Calheiros, para que consiga voltar a presidir a Casa", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES).
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